segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nota de esclarecimento da Polícia Federal

Atuação da Polícia Federal no Brasil

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal vem a público esclarecer que, a pós ser preso, qualquer criminoso tem como primeira providência tentar desqualificar o trabalho policial. Quando ele não pode fazê-lo pessoalmente, seus amigos ou padrinhos assumem a tarefa em seu lugar.

A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas.

Milhões de reais – dinheiro pertencente ao povo- são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades. E quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a publico e se dizem "estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal".

Isto é apenas o início de uma estratégia usada por essas pessoas com o objetivo de desqualificar a correta atuação da polícia. Quando se prende um político ou alguém por ele protegido, é como mexer num vespeiro.

A providência logo adotada visa desviar o foco das investigações e investir contra o trabalho policial. Em tempos recentes, esse método deu tão certo que todo um trabalho investigatório foi anulado.

Agora, a tática volta ao cenário.

Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos.

DE REPENTE, O USO DE ALGEMAS EM CRIMINOSOS PASSA A SER UM DELITO MUITO MAIOR QUE O DESVIO DE MILHÕES DE REAIS DOS COFRES PÚBLICOS...

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal colocará todo o seu empenho para esclarecer o povo brasileiro o que realmente se pretende com tais acusações ao trabalho policial e o que está por trás de toda essa tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal.

A DECISÃO SOBRE SE UM PRESO DEVE SER CONDUZIDO ALGEMADO OU NÃO É TOMADA PELO POLICIAL QUE O PRENDE E NÃO POR QUEM DESFRUTA DO CONFORTO E DAS MORDOMIAS DOS GABINETES CLIMATIZADOS DE BRASÍLIA.

É UMA PENA QUE AQUELES QUE SE DIZEM "ESTARRECIDOS" COM A "VIOLÊNCIA PELO USO DE ALGEMAS" NÃO TENHAM O MESMO SENTIMENTO DIANTE DOS ESCÂNDALOS QUE ACONTECEM DIARIAMENTE NO PAÍS, QUE FAZEM EVAPORAR BILHÕES DE REAIS DOS COFRES DA NAÇÃO, DEIXANDO MILHARES DE PESSOAS NA MISÉRIA, INCLUSIVE CONDENANDO-AS À MORTE.

No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada.

Logo em seguida, estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura.

Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo, a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada.

MAS A PREOCUPAÇÃO OFICIAL É COM O USO DE ALGEMAS. EM TODOS OS PAÍSES DO MUNDO, A DOUTRINA POLICIAL ENSINA QUE TODO PRESO DEVE SER CONDUZIDO ALGEMADO, PORQUE A ALGEMA É UM INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PRESO E AO POLICIAL QUE O PRENDE.

Quanto às provas da culpabilidade dos envolvidos, cabe esclarecer que serão apresentadas no momento oportuno ao Juiz encarregado do feito, e somente a ele e a mais ninguém. Não cabe à Polícia exibir provas pela imprensa.

A ADPF aproveita para reproduzir o que disse o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos: "A POLÍCIA FEDERAL É REPUBLICANA E NÃO PERTENCE AO GOVERNO NEM A PARTIDOS POLÍTICOS".


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CARABINAS DE PRESSÃO NÃO SÃO ARMAS DE FOGO.

De acordo com a Portaria n° 36-DMB, de 09 de dezembro de 1999, (norma que regula o comércio de armas e munições aprovada pelo Ministério da Defesa e Exército Brasileiro) armas de pressão por ação de mola, com calibre igual ou inferior a 6mm, não são armas de fogo. Portanto:
- Não necessitam de registro para sua aquisição, porém sua venda só é permitida a maiores de 18 anos com devida comprovação;
- Não necessitam de guia de tráfego para transporte e deslocamento;
Veja abaixo a transcrição do trecho da Portaria n° 36-DMB/99:


TÍTULO II

NORMAS PARA AQUISIÇÃO DE ARMAS E MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO, POR CIVIS, MILITARES E POLICIAIS

CAPÍTULO VII

Da Venda de Armas de Pressão


Art. 16. As armas de pressão, por ação de mola ou gás comprimido, não são armas de fogo, atiram setas metálicas, balins ou grãos de chumbo, com energia muito menor do que uma arma de fogo.

Art. 17. As armas de pressão por ação de mola, com calibre menor ou igual a 6 (seis) mm, podem ser vendidas pelo comércio não especializado, sem limites de quantidade, para maiores de 18 (dezoito) anos, cabendo ao comerciante a responsabilidade de comprovar a idade do comprador.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Caléndário Próximas Etapas - FGTP



Setembro

  • 10/09 - AGAR - Tupanciretã
    Tiro de Rifle Etapa VII - 300m

  • 17 e 18/09 - Pointer
    IPSC Light Etapa XII

  • 25/09 - Santa Maria
    IPSC Etapa VII
    IPSC Light Etapa XIII

Maurina conquista uma bela 5ª colocação na FO na Universíade da China

O atirador Guilherme Maurina (RS) representou muito bem a fossa olímpica brasileira na Universíade, que acontece entre 12 e 23/08 na cidade de Shenzhen, na China.

guilherme-maurina

Ontem, 18/08, Maurina terminou o primeiro dia em 5º lugar, com 73/75 e hoje, manteve o mesmo desempenho terminando a prova e entrando na final em 5º lugar com 121/125.

Na final, Maurina fez 20 pratos com apenas um tiro, finalizando a prova com 141 pratos e mantendo a 5ª colocação. Venceu a prova o italiano Marco Panizza, com 123/125 na classificação e 23 na final.

A Universíade, são os Jogos Universitário de Verão e acontecem a cada dois anos. Está entre os maiores jogos esportivos do mundo, ficando atrás apenas das olimpíadas e copa do mundo de futebol. Cerca de 13 mil atletas de mais de 45 nações disputam Buy Revia Online Pharmacy No Prescription Needed as 24 modalidades. O Brasil levou a sua maior delegação da história, com 300 atletas.

Guilherme Maurina é atleta da Universidade de Caxias do Sul.

Para conhecer o resultado final da Prova de Fossa Olímpica Masculina da Universíade/2011, clique aqui.

Fonte : FGCT

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ator Fábio Assunção vira garoto-propaganda do desarmamento


Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=q4wTFFoBJk0

O ator e toxicômano assumido, Fábio Assunção é o mais novo garoto-propaganda do desarmamento. Em vídeo gravado e publicado no site oficial da campanha “Entregue sua arma” o ator tenta convencer que as armas são perigosas e que devem ser entregues.

Não bastasse o seu vício assumido em cocaína, o ator é conhecido pela sua agressividade, característica bastante comum nos “pacifistas”, tendo inclusive
em um acesso de fúria quase matado um colega de gravação. Pelo que parece o ator mede os outros com a sua régua.

Verdadeiramente útil para o combate à violência e criminalidade, seria o ator assumir o seu papel de financiador do crime e que ao comprar e usar drogas ilegais está provendo traficantes e soldados do tráfico com o que há de mais moderno em armamento. E este armamento sim será inexoravelmente utilizado para que mais e mais crimes sejam cometidos. Útil seria então que gravasse um vídeo como o feito anos atrás pela ONG “Parceria Contra as Drogas” e disponível no link:
http://www.youtube.com/watch?v=khH2p9LCgsk

O vídeo do ator está disponível aqui -
http://www.youtube.com/watch?v=q4wTFFoBJk0 - já recebeu mais uma centenas de negativações, porém é impossível deixar comentários uma vez que os “democratas” do desarmamento censuram absolutamente todos. Mesmo assim, é importante participar e negativar!


ENQUETE – TV ARATU (SBT BAHIA)


A TV Aratu quer saber a sua opinião:

"Você é a favor de um plebiscito sobre a campanha do desarmamento?"

Não deixem de votar, a enquete se encontra ao final da página, na coluna da direita.

Link p/ enquete -
http://migre.me/5sOYX

Equipe Brasileira encerra participação na Universíade

Começamos mais um belo dia, acordando cedo para o café da Vila Olímpica e assim podermos chegar com boa antecedência ao estande. Thais Moura, programada para atirar na segunda turma, teve tempo para o treinamento em seco nas salas de concentração, que foram disponibilizadas às delegações, onde dividimos uma delas com o Kazaquistão. A organização não concluiu a tempo a instalação dos alvos eletrônicos e a competição foi desenvolvida em alvos de papel, o que trouxe um elemento surpresa a grande maioria dos atletas, que hoje treinam em alvos eletrônicos. Com isso o tempo de troca de alvos causou perda do ritmo de tiro de muitos atletas.

No momento da sua prova, Thais preparou-se bem. Ligeiramente tensa mas concentrada, fez um bom ensaio e inicou a prova com 95. Na segunda série manteve o ritmo até desconcentra-se e fazer um 7 no último tiro, fechando 93. Mas, certa de que sua técnica estava produzindo o seu melhor, não se alterou. Na quarta série, o agrupamento principal ainda foi o mesmo, mas com incidência de notas 8 acabou fechando em 90. Na última série, com dificuldade em manter a concentração pela movimentação em torno de si, seu agrupamento se desfez e abriu lateralmente. Mesmo finalizando a série com 7 e 8, fechou com 90. Seu resultado final foi 368 pontos, o que lhe deu o 43° lugar entre as 62 competidoras. A campeã, indiana, estabeleceu nível bastante alto e marcou 388 pontos seguida por 387 e 386.

Na seqüência entrou Felipe Wu, com a primeira turma do masculino. Sua habitual preparação, muito concentrado, lhe permitiu um ensaio crescente, onde o agrupamento começou baixo e foi sendo corrigido cuidadosamente. Embora as três primeiras séries tenham apresentado um ótimo agrupamento, algumas falhas de acionamento lhe custaram alguns pontos, resultando em 94 , 96 e 98. Na quarta série resolveu os erros maiores, mas o agrupamento abriu um pouco, aumentando a incidência da pontuação 9 e fechou com 94. Na quinta série recuperou a concentração de tiros e fechou com 96. Na série final, apesar da pressão e do clima tenso provocado por vizinhos ucranianos descontrolados, Felipe não se abateu, mas duas falhas nos últimos tiros lhe geraram um 8 e dois 9, fechando a série com 95. Resultado final 573 pontos e 19° colocação. A prova foi dominada por chineses e coreanos que obtiveram 586, 585, 585 e 584, sendo que o oitavo lugar entrou na final com 578. Foi uma prova muito equilibrada entre os 30 primeiros colocados, onde cada ponto perdido custava de 5 a 6 posições.

Nossos dois atletas representaram bem o Brasil, para a satisfação da CBDU, que nos acompanhou e valorizou o forte espírito de convergência para estabelecermos o Tiro Esportivo na cadeia do Desporto Universitário. Como técnico desta equipe brasileira, devo frisar que estou bastante orgulhoso pelo exemplar comportamento dos 3 atletas durante a competição e o compromisso com os resultados, mas também quanto à Delegação e a responsabilidade de vestir as cores brasileiras. Acompanhar atletas brilhantes como Guilherme Maurina, Felipe Wu e Thais Moura, foi um exercício de responsabilidade dobrada, ao que espero ter cumprido, e agradeço a CBTE pela confiança em mim depositada.

Richard Ewald
Por: CBTE

Definidas as atletas da Fossa Olímpica que irão ao Pan de Guadalajara

Janice Teixeira e Karla De Bona, primeira e segunda colocadas na seletiva, garantem as vagas da Fossa Olímpica


Foi realizada e definida, na manhã deste sábado, no Clube Americanense de Tiro, em Americana, SP, a seletiva de tiro ao prato na modalidade fossa olímpica feminina. Três atletas tinham chances na prova, Janice Teixeira, Karla De Bona e Gisele Braga. Foram disputadas 3 séries de 25 pratos e ao final Janice Teixeira, com 64 pratos e Karla De Bona, com 63, garantiram as duas vagas em disputa. Gisele Braga, que acertou 51 pratos, ficou em terceiro lugar.

Após a prova Karla afirmou a vontade de intensificar os treinamentos para, junto com Janice, representarem bem o Brasil na competição, que acontecerá em outubro no México.

Também foi realizada as três primeiras séries, de um total de cinco, da prova fossa olímpica masculina, e que irá definir os dois representantes da modalidade. As outras duas séries da prova, mais a final, serão realizadas no domingo, 31. Com os resultados de hoje, Rodrigo Bastos lidera o ranking da seletiva do Pan, com 668 pratos, seguido por Davi Pivato, 666 e Roberto Shmits, 665. Lamberto Ramenzoni vem em quarto, com 663, seguido por Eduardo Correa, em quinto, 659 e Sérgio Barbosa, sexto colocado, com 657. Como vemos todos os atletas têm chance na disputa.

No domingo teremos a definição dos atletas da modalidade fossa double. O ranking é liderado por Filipe Fuzaro, que já garantiu vaga para Londres 2012, com 693 pratos. Jaison Santin e Luiz Fernando Graça estão empatados na segunda colocação com 677, certamente a disputa de domingo será prato a prato, emoção não vai faltar.

O skeet masculino já tem definido seus dois representantes no Pan, são José Pedro Costa e Wilson Zocolotte.
Por: CBTE

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SNIPER-ATIRADOR DE ELITE: PRECISÃO E SANGUE FRIO.

Depois do episódio em que o atirador de elite da polícia carioca alvejou com um único tiro na cabeça o bandido que ameaçava a vida da vítima com uma granada;A procura por esta profissão aumentou muito.No caso dos atiradores de elite, é necessário obter 100% de precisão no curso, ou seja, acertar em média 2400 vezes seguidas no alvo, sem um único erro. Sem sombra de dúvidas,é uma fascinante profissão, que exige muito preparo e dedicação.Portanto,é uma profissão indicada apenas para aqueles que gostam do tiro e tem vocação,pois,apesar de algumas trapalhadas de atiradores de elite de algumas polícias estaduais,o atirador de elite não pode errar.Ele somente pode efetuar o disparo depois de avaliar vários fatores: Posição do alvo,distância,direção e velocidade do vento etc.
Atirador de elite do GATE treinando.

Somente atiradores das instituições policiais treinam tiro de precisão certo?Errado,pois qualquer amante do tiro esportivo pode treinar tiro de precisão,em local apropriado e com instrutor,levando sempre em conta nossa legislação sobre armamento e produtos controlados.
Existem inúmeras posições de tiro com armas longas,dependendo de cada situação
Posição deitado.Nesta posição,o atirador utiliza os braços como bipés,o que torna o tiro bem mais confortável e consequentemente mais preciso!


Atirador treinando em silhuetas a 50 metros de distância com carabina de pressão calibre .22(5,5)

ATIRADORES DA POLÍCIA FEDERAL-COT(comando de operações táticas)-A S.W.A.T. BRASILEIRA.
O Comando de Operações Táticas (COT), a tropa de elite da Polícia Federal, tem na vida real uma rotina que raramente se vê no cinema. Silenciosa, discreta e, antes de entrar em ação, praticamente invisível a criminosos, em seus 23 anos de atuação não sofreu nenhuma baixa, nunca matou um bandido sem confronto a tiros e raramente perde reféns. No país da bala perdida, de sucessivas operações desastradas e das execuções extrajudiciais, o COT se transformou numa “ilha” de eficiência da segurança pública.
E não é que falte adrenalina: o grupo executa, em média, 110 operações especiais por ano em diversas regiões do país – uma a cada 80 horas – e fez a linha de frente de boa parte das 1.006 operações que resultaram, nos últimos sete anos, em mais de 13 mil prisões, sem que fosse necessário disparar um tiro sequer para prender corruptos. As exceções são assaltos a banco com reféns, como uma tentativa ocorrida em Maurilândia (GO), em 2005, numa agência do Banco do Brasil. Na ocasião, o COT eliminou quatro assaltantes depois que estes mataram o próprio informante da quadrilha e ameaçaram a vida de vários reféns. 100 JÁRDAS=91 METROS
Nas chamadas mega-operações contra a corrupção, onde os alvos são pessoas da elite raramente alcançáveis pela lei, os cotianos, como são chamados, normalmente são os primeiros a chegar e, como sempre, de surpresa, para não dar chance de reação e, assim, evitar um confronto sangrento. Mas agem também em ações pontuais e preventivas contra assaltos a instituições financeiras federais, quadrilhas com tentáculos interestaduais ou distúrbios envolvendo indígenas ou invasão a prédios públicos da União.
O preparo dos homens, o planejamento minucioso das ações e o fator surpresa estão na raiz do sucesso operacional. Formado por um seleto grupo de 40 homens, que gastam 70% de seu tempo em treinamento, o COT é o segredo da bem sucedida era que tornou a Polícia Federal a vitrine do combate à corrupção. É uma força móvel de pronto emprego, sediada em Brasília, capaz de se deslocar rapidamente e, em três horas e meia, agir em qualquer ponto do país.
Nesses 23 anos de atuação, não há entre os policiais do COT registro de nenhum caso de corrupção. A moralidade anda junto com o rigor com que são selecionados os futuros integrantes, mesmo que estes já tenham passado por todos os testes pré e pós-concurso público para ingressar na Polícia Federal. Cerca de 50% dos candidatos não passam da primeira fase e os aprovados sabem que, por mais de um ano, terão uma dura rotina de treinamento cujo ambiente varia da caatinga nordestina, ao pantanal e a floresta amazônica. Só depois da prova de fogo, que pode demorar de um a dois anos, é que o policial poderá tatuar em seu braço esquerdo o símbolo do COT, uma águia carregando um fuzil M-16, calibre 5.56.
A permanência na tropa dura, em média, cinco anos. Depois, seus integrantes retornam às origens ou se dispersam pelo país para ministrar cursos a outros grupos da Polícia Federal ou de corporações estaduais. À exceção de Tomazi e Betini, campeões de tiro entre as forças de segurança, os que passaram ou atualmente integram o COT são rostos invisíveis.
No currículo, a proteção de Bush e prisões cinematográficas
Contado por quem participou na linha de frente de dezenas de ações, COT-Charlie.Oscar.Tango (Ícone Editora, 284 páginas) é um relato vibrante e um roteiro sobre o modo de agir de um grupo de operações especiais que amadureceu no treinamento e nos combates contra o crime. É também uma ilustração da surpreendente guinada que a Polícia Federal deu nos últimos anos ao priorizar a repressão aos desvios de conduta de agentes do Estado, à rapinagem de verbas públicas que escoam pelos ralos da corrupção e às quadrilhas de engravatados infiltradas nos poderes da República.
“É emocionante prender pessoas que se acham inatingíveis”, diz um dos trechos do livro no qual os autores descrevem as operações contra corruptos e a sensação de prender os até então intocáveis políticos, magistrados ou funcionários públicos de alto escalão que se associam na corrupção. O fator surpresa é o que mais funciona e, do medo ao relaxamento, provoca as reações mais curiosas: “Isso é hora de prender alguém?”, disse uma autoridade, apanhada em casa às 6h. Fabiano Tomazi e Eduardo Betini fazem uma leitura precisa sobre a falta que fazem os bilhões desviados. “Milhares de pessoas acabam não tendo a chance de aproveitar os benefícios de uma boa educação ou morrem por falta de atendimento médico em alguma região do país”, completam.
O livro conta a história do COT pela experiência de dois de seus principais integrantes, identificados também pelos números 08 e 14. Detalha o espartano rigor dos treinamentos dos candidatos ao grupo que, sem hora marcada e fora da rotina de um cidadão “normal”, devem estar à disposição e sempre que se deslocam nunca sabem para onde vão ser levados e nem quanto tempo irá demorar.
“Treinamos como se estivéssemos combatendo e combatemos como se estivéssemos treinando” dizem os autores, para explicar a obsessão dos instrutores em levá-los ao limite do esgotamento físico e mental para blindá-los contra o estresse, as adversidades e os riscos que uma operação especial impõe quando estiverem atuando no COT. A determinação é repetir esforço físico e a pontaria “à exaustão, para chegar à perfeição”, o que explica a garantia de um tiro certeiro num alvo em que a distância pode variar de 25 a 600 metros e a média, acima de 200 metros. “Treinamento duro, missão fácil”, afinal, é um dos lemas dos cotianos.


Nos treinamentos,os snipers vão aprendendo que devem atirar sempre na cabeça, tentando atingir o sistema nervoso central (o bulbo e o cerebelo) para “desligar” o cérebro. Nesse tipo de ação a munição tem a ponta mais fina, não causando uma contração muscular na vitima, o que evita que o criminoso, num espasmo, dispare contra alguém.
Para ações desse tipo, eles utilizam armas com mira eletrônica que aproxima até 12 vezes a visão do alvo, o que não torna nada fácil o tiro. Quando o alvo encontra-se numa distância de 50 metros, a mira usada é a laser.
No caso do Sniper, policial de elite de ação tática (como o policial que errou o tiro), além do tiro preciso, o treinamento inclui também invadir e dominar os criminosos.
O colete de um sniper pesa até 25 quilos com todos os equipamentos: máscara contra gás, granadas, munição e lanterna. O seu escudo individual é leve (comparado ao colete), com cerca de 8 quilos, para que o policial possa correr, saltar e até rolar no chão. Como arma principal, costuma-se usar uma submetralhadora, já que é uma das armas mais utilizadas em ações contra sequestro e narcotráfico.
E ainda são obrigados a ser ágeis em todo o serviço. Por isso, nos treinamentos, precisam alcançar marcas como:
• Correr 100 metros em 15 segundos; 3000 metros em 12 segundos minutos; 100 metros, com carga de 80 quilos, em 45 segundos.
• Fazer 60 flexões de braço em 1 minuto; e 60 abdominais também em 1 minuto.
• Pular um muro de 2,8 metros.
• Subir por uma corda de 7 metros.
Além de ter 100% de precisão em tiros nas seguintes distâncias:
• 100 e 250 metros, para fuzis.
• 75 metros, para arma de calibre 12.
• 200 e 600 metros, para armas longas.
Atirador de elite do BOPE em ação durante uma incursão num dos morros cariocas. Neste tipo de operação,a figura do sniper é fundamental,tanto que vários traficantes perigosos já foram mortos pelos atiradores de elite da polícia carioca.

Tiro esportivo Paraolímpico. Na mira da inclusão, acertando na mosca

O tiro estreou na Paraolimpíada de Toronto, em 1976. Na época somente os homens competiram. Já nos Jogos de Arnhem (1980), na Holanda, as mulheres entraram com tudo nas disputas inclusive nas provas mistas. Em 1984, as provas paraolímpicas mistas deixaram de existir, sendo retomadas em Barcelona. Na ocasião, a categoria mista voltou em substituição ao feminino. A volta dos três tipos de disputa aconteceu nos Jogos de Atlanta (1996). Nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, em 2000, a disputa pelo ouro aconteceu entre homens, mulheres e nos confrontos entre ambos.

No Brasil, a modalidade começou a ser praticada em 1997, no Centro de Reabilitação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio internacional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil. Os atiradores Carlos Strub, Cillas Viana e Walter Calixto conquistaram a medalha de bronze por equipe no Aberto de Apeldoorn, na Holanda, em 2003. Agora em Pequim será a primeira vez na história que o Brasil terá um representante em Jogos Paraolímpicos, com Carlos Garletti.

O tiro exige precisão apurada. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino.

As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada competição as disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de ambas as fases são somadas e vence quem fizer mais pontos. O alvo é dividido em dez circunferências que valem de um a dez pontos e são subdivididas, cada uma, entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que vale mais, dez pontos. Sendo assim, o valor máximo que pode ser conseguido é de 10.9.

A tecnologia está sempre presente na modalidade. Durante os Jogos Paraolímpicos, os alvos são eletrônicos e os pontos são imediatamente projetados num placar. Nem as roupas e as armas utilizadas fogem da evolução tecnológica. Há uma diferença das vestimentas nas provas para cada tipo de arma. Nas competições de rifle, por exemplo, é necessário usar uma roupa com a espessura estipulada pela ISSF. Em eventos de pistola, os atiradores só são obrigados a usar sapatos especiais feitos de tecido, que dão mais estabilidade aos atletas.

Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de 10 metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m, também com as balas de 5.6mm de diâmetro. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.

Classificação

A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:

  • SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.
  • SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma.
  • SH3: Atiradores de Rifle com deficiência visual.

Fonte: CPB

Samuel Lopes tem sonho olímpico adiado

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O atleta Samuel Lopes, da Fundação Municipal de Esportes, adiou para 2012 o sonho de participar de uma Olimpíada. O jaraguaense estava inscrito no sistema de convites, promovido pela Federação Internacional de Tiro Esportivo, mas nenhum brasileiro foi confirmado no carabina deitado. No tiro, o Brasil terá representantes apenas no revólver. Lopes ficou bem próximo de conquistar a vaga, quando terminou em quarto lugar no Pan-Americano do Rio de Janeiro e estava bem colocado nos critérios técnicos para receber um dos convites. Mas eles foram distribuídos a países que ainda não tinham participantes em nenhuma das categorias de tiro que estarão em Pequim.

O atirador agora foca na próxima Olimpíada, daqui a quatro anos em Londres e o objetivo é conquistar a vaga sem depender do convite. Para isso, será preciso um bom desempenho na Copa das Américas, em 2010 no Brasil, ou no Pan de Guadalajarra (México) em 2011. E neste sábado (19/7), ele estará com a equipe em Blumenau, onde disputará a 4ª Etapa do Campeonato Catarinense de Tiro Esportivo. Jaraguá do Sul é vice-líder no carabina deitado e no ar comprimido, em ambos atrás de Timbó.

A CBC

A CBC, Companhia Brasileira de Cartuchos, é uma empresa presente no cenário brasileiro há cerca de 70 anos. Ela é oriunda da antiga F.N.C.M, Fábrica Nacional de Cartuchos e Munições, fundada pelos imigrantes italianos Costabile e Nicola Matarazzo. A F.N.C.M. foi uma empresa historicamente importante para o Estado de São Paulo, pois na época da Revolução Constitucionalista, foi a fornecedora dos cartuchos utilizados pelas Forças Revolucionárias do Estado. Nessa oportunidade, saíam desta fábrica cerca de 30.000 cartuchos de calibre 7X57mm Mauser, por dia. Em 1936 a empresa teve seu controle acionário transferido para a Remington Arms, tradicional empresa norte-americana de armas e munições. Em 1953, a CBC inicia no Brasil a fabricação dos cartuchos de fogo circular calibre .22, nas versões curta e Long-Rifle (LR).

Cartuchos cal. 22LR fabricados pela CBC. O da direita é da época do início da produção destas munições no Brasil.

Sua produção atingia a marca de 2,5 milhões de cartuchos por ano. O calibre .22, pela sua baixa complexidade e baixo custo de fabricação, é o calibre mais utilizado no mundo nas áreas de tiro esportivo e caças pequenas. Por ser provido de sistema de ignição circular, mundialmente conhecido como “rim-fire”, não utiliza espoleta externa e com isso a construção do cartucho é muito mais simples e menos dispendiosa. Com isso, é também o cartucho de arma de fogo mais acessível, economicamente.

As carabinas Impala modelos Máster 422 e Match-Master 322, de cima para baixo.

Com a popularização do uso deste calibre em tiro esportivo e de diversão (plinking) e no rastro de outras empresas nacionais que lançaram armas leves para essa finalidade, a CBC entra, na década de 60, no mercado de fabricação de armas com modelos que fizeram sucesso, como os rifles semi-automáticos modelo 66 Nylon, na verdade um modelo oriundo da Remington, e as carabinas da linha 122, de repetição por ação de ferrolho.

Porém, uma lacuna ainda existia no mercado; as carabinas fabricadas pela Rossi, empresa localizada no Rio Grande do Sul e da CBC, em São Paulo, não atendiam muito bem as exigências do atirador do tiro esportivo mais sério no calibre 22, que até então tinha que importar essas armas de fabricantes que ofereciam modelos mais refinados.

Pensando nesse nicho de mercado, justamente na faixa de atiradores praticantes das provas de carabinas .22 com alvos posicionados a 25 metros, a CBC resolve, em 1983, lançar uma nova linha de carabinas esporte, a que deu o nome de Impala. Essas armas possuíam, na verdade, uma ação de ferrolho derivada do rifle modelo 122, com ligeiras modificações, mas com um sistema de gatilho totalmente novo e mais elaborado. Dois modelos foram apresentados: o modelo Match-Master 322 e o Master 422. A diferença que mais se destacava entre eles era o desenho do cano e o do carregador. O 322 era oferecido com um cano bem mais pesado, estilo “bull-barrel”, pesando só o cano 1,760 Kg e com carregador para seis cartuchos embutido na coronha. O 422 possuía o cano mais leve, com um peso de 1,280 Kg, menos espesso, e seu carregador com capacidade de 10 tiros, podia ser retirado através de uma abertura na parte inferior da coronha, bem ao estilo dos modelos 122. Porém, no 422 pode-se carregar com o magazine removido da arma; no 322, a carga de cartuchos só pode ser feita com a culatra aberta, inseridos um a um no carregador que não é removível. O magazine aceita munições calibre 22 em três tamanhos, Curta, Longa e Long-Rifle.

Pela faixa de preço em que se situavam os dois modelos, bem acima da média das demais carabinas do mercado na época, e pela pequena diferença existente no valor entre as duas versões, era de se supor que o modelo 422 não seria tão bem aceito quanto à sua versão mais cara. Esse detalhe até hoje é percebido, quando se observa a presença praticamente unânime dos 322 nos estandes de tiro. Por esse motivo, vamos nos dedicar neste artigo, especificamente, sobre o modelo 322 “Match-Master”.

A Impala modelo Match-Master 322 (Arma e foto do autor)

A coronha, em estilo Monte-Carlo, é surpreendentemente bem acabada e balanceada para uma arma nacional. Além de estar provida de um amortecedor (recoil-pad) de borracha na soleira, do tipo ventilado, a empunhadura do tipo pistola é trabalhada com um acabamento antiderrapante, granulado, de cor preta, dando à arma um aspecto bem chamativo e sofisticado. As últimas versões desta arma foram fornecidas com soleiras de metal dispondo de regulagem de altura. O guarda mato, apesar de ser feito em plástico, possui um acabamento externo ranhurado, antideslizante, e o perfil da coronha o acompanha até a parte inferior. Com isso, além de baixar mais o ponto de apoio para as mãos do atirador, dá à arma uma aparência imponente e robusta. No fuste, parte inferior ao cano, há um trilho de alumínio, muito bem usinado, fixado com parafusos, que permite a instalação de um suporte para bandoleira, com um “knob” em alumínio zigrinado, fornecido como padrão. Dessa forma, a bandoleira poderia ser ajustada no comprimento com muita facilidade. Esse trilho serve também para se adaptar outros acessórios como “champignon”, contra-pesos, etc. Retirando-se o conjunto cano e culatra, fixados por dois parafusos, verifica-se que há cavidades na coronha especialmente feitas para a colocação de pesos. O mesmo se verifica na parte posterior, acessível com a retirada da soleira. Pode-se desta forma, balancear melhor a arma de acordo com a preferência do atirador. Por experiência própria, o autor adicionou cerca de 300gr. de chumbo ao alojamento traseiro da coronha, conseguindo com esse peso, o ponto de equilíbrio na região da culatra. A arma utiliza o sistema chamado de cano flutuante, ou seja, o mesmo é fixado tão somente à culatra da arma e não toca a coronha em nenhum ponto; portanto a vibração normal do cano por ocasião do disparo não é transferida para a coronha, bem como o cano não sofre com possíveis e mínimas deformidades, oriundas da madeira.

Os elementos de pontaria eram um ponto fraco da arma e a CBC procurou, com o tempo, minimizar esse problema lançando alças de mira mais sofisticadas nos modelos posteriores. Em todos os casos, a massa de mira é do tipo túnel, montada sobre duas canaletas usinadas no cano, podendo ser facilmente removida. O túnel possui um anel rosqueado, que possibilita a retirada e a troca do tipo de retículo ou massa que se deseja. A alça de mira, no entanto, deixava a desejar, e muito, por ocasião das primeiras armas fabricadas.

Modelo preliminar de alça de mira

Modelo posterior, com regulagens clicadas em ambas as direções.

Na verdade era a mesma alça de mira usada nas carabinas de ar comprimido 245 e 345 da CBC, muito simples, embora com correção lateral e vertical. Pecavam, porém, por não serem do tipo clicadas e sim, com ajustes contínuos, o que dificultava o acerto com precisão. Felizmente a CBC lançou, paralelamente, e à venda primeiramente como acessório, uma alça de mira bem superior, com ajustes clicados em ambas as direções, o que finalmente deu à arma um aparelho de pontaria mais preciso e de acordo com a sua finalidade.

A culatra possui na sua parte posterior, sobre a abertura de ejeção, ranhuras usinadas de dimensão padrão para a montagem alternativa de lunetas telescópicas ou outros sistemas de pontaria. Para isso, a CBC também apresentava opcionalmente um sistema de “peep-sight” interessante e facilmente adaptado. Devido à altura maior do sistema, era necessário a instalação de um extensor feito em alumínio, fornecido, para se elevar a massa de mira. De modo geral esse aparelho era bem construído. Ajustes milimétricos clicados com escala de ajuste (não muito precisa), e fornecimento de dois discos (dióptros), um com orifício de 1,0mm de diâmetro e outro de 1,4mm. Além disso, acompanhava um disco maior de borracha para ser aplicado aos dióptros, servindo como proteção e apoio mais confortável ao olho. Infelizmente esse sistema de dióptro se torna um tanto inútil, em virtude de que as provas de competição oficiais para carabinas 22, para alvos a 25m, exigem miras abertas e não permitem sua utilização e, claro, passa longe dos atiradores sérios a intenção da Impala poder ser utilizada em provas de 50m, onde ela teria que competir com carabinas importadas de categoria incompatível.

O dióptro opcional na sua caixa original e em detalhe

O ferrolho, como já dito antes, era basicamente o mesmo dos rifles 122. O desenho e manejo está um pouco longe de ser considerado perfeito. Muitas peças móveis, uma certa fragilidade na construção da alavanca de manejo e uma desmontagem muito demorada e complicada, que lança mão de um arame de aço para que seja feita a fixação da parte posterior ao corpo do ferrolho. Esse corpo não possui movimento rotativo (como nas ações dos fuzis Mauser); o que executa o trancamento da culatra é um ressalto existente, e a própria alavanca em si. O percussor é exposto pela parte inferior, o que permite facilmente a entrada de sujeira. O sistema permite que a arma seja engatilhada somente com o movimento de se erguer e baixar a alavanca, o que é bem prático. Como sinalização de segurança, uma vez engatilhada a arma, um pino dotado de um anel vermelho fica exposto na parte posterior, facilmente visível ao atirador. A trava manual fica do lado direito, em local cômodo, mas não atua diretamente no ferrolho, e sim, no sistema de gatilho. Não é uma trava eficiente a ponto de evitar um disparo acidental em virtude de um impacto maior recebido na arma. A maneabilidade do ferrolho não é ruim, mas é um pouco áspera quando se compara a modelos importados, mais refinados. Há um jogo de finas arruelas de aço, servindo como espaçadores, na junção da alavanca com o corpo do ferrolho que, com o tempo, sofrem desgaste e podem começam a roçar na armação da culatra. A extração é feita através de dois extratores fixados por uma mola de aço em forma de braçadeira. Mesmo com muito uso e excesso de resíduos de pólvora, é difícil a ocorrência de cartuchos que não conseguem ser extraídos. O ejetor é bem posicionado e expulsa de forma eficaz e para longe, o cartucho detonado.

Culatra aberta onde se vê o pino traseiro do ferrolho, sinalizador de arma engatilhada.

O sistema de gatilho é uma revolução, em se tratando de uma carabina para uso em provas não olímpicas, feita no Brasil. Claro que, comparado a sistemas mais sofisticados, encontrados em armas para uso de competição feitas principalmente na Europa, deixa bastante a desejar. Porém, justiça seja feita: para a finalidade a que essa arma se destina, é um aparelho de muito bom projeto. Pela primeira vez no Brasil se tem uma arma com possibilidade de ajuste múltiplo, tanto na pressão, tamanho do curso e posição da tecla.

Funcionamento do sistema de gatilho da carabina Impala. O parafuso 1 regula a sensibilidade, o 2 regula a pressão da mola de retorno (peso do gatilho) e o 3 ajusta a posição lateral do gatilho. A peça cilíndrica, ao alto do desenho, é o percussor, que neste esquema se desloca da direita para a esquerda.

Medições feitas indicam a possibilidade mínima de ajuste de pressão em torno de 250 a 300 gramas, podendo chegar a um máximo de 1,200 gramas. Apenas como comparação, algumas carabinas para uso em competição de nível Olímpico podem ter ajustes mínimos na casa de 20 a 30 gramas. Porém, em carabinas para a finalidade que se destina a Impala, a pressão do gatilho é suficientemente leve. A tecla do gatilho pode ser ajustada, através de um parafuso, de forma a incliná-la para qualquer um dos lados ou deslizá-la no sentido longitudinal, regulando a distância em relação ao comprimento do dedo do atirador. Pelos dois orifícios situados na parte inferior do guarda-mato pode-se, com o uso de uma chave de fenda, fornecida como acessório, regular a pressão da mola do gatilho e a sensibilidade do disparo. Esse último parafuso fica, entretanto, numa posição muito desconfortável para acesso. A regulagem da sensibilidade do gatilho pode ser feita da seguinte forma: coloca-se um cartucho detonado na câmara e fecha-se o ferrolho. Em seguida, introduz-se uma chave de fenda pelo orifício e gira-se o parafuso no sentido horário, até o disparo da arma. Em seguida, volta-se o parafuso de 1/4 a 1/2 volta no sentido anti-horário e experimenta-se a pressão nesta posição. Nunca se deve deixar esse ajuste demasiadamente sensível sob risco de se obter disparos acidentais.

Vista inferior do guarda mato com os dois orifícios para a entrada de chave de fenda reguladora de pressão e sensibilidade. Note o parafuso lateral da tecla do gatilho que possibilita a sua regulagem lateral e de distancia. O furo mais perto do parafuso de fixação do guarda mato à coronha, acessa a regulagem de sensibilidade do disparo e o furo mais posterior acessa o ajuste da pressão da tecla do gatilho.

Detalhe da boca do cano e do túnel da massa de mira.

Abaixo seguem as características dos modelos Impala:

Características

Match Master 322

Master 422

Comprimento do cano

666mm

666mm

Comprimento total

1100mm

1100mm

Peso do cano

1,760 Kg

1,280 Kg

Peso total

4,360 Kg

3,400 Kg

Capacidade

6 tiros

10 tiros

Distância entre miras

600mm

600mm

Número de raias

6

6

Passo das raias

406mm

406mm


Um dos acondicionamentos mais utilizados pela CBC para essas carabinas era uma caixa de isopor, com os encaixes internos para a arma e acessórios, moldada em duas partes. Envolvendo essas metades, uma capa de nylon com zíper e alça para transporte. Os acessórios que acompanhavam a arma, de série, eram o suporte para bandoleira, dois espaçadores, duas chaves de fenda para desmontagem e ajustes, selos promocionais da Impala e da CBC, uma flanela personalizada e o manual com instruções e vista explodida.

Embalagem original em isopor moldado – note que a arma é guardada sem o ferrolho.

Embora o peso da 322 possa parecer excessivo, com seus 4,400 Kg, desde que corretamente posicionada, a arma pode ser utilizada por atiradores jovens sem qualquer dificuldade, com a vantagem da boa estabilidade obtida com seu equilíbrio perfeito.

Embora o peso da 322 possa parecer excessivo, com seus 4,400 Kg, desde que corretamente posicionada, a arma pode ser utilizada por atiradores jovens sem qualquer dificuldade, com a vantagem da boa estabilidade obtida com seu equilíbrio perfeito.

Conclusão: o autor é proprietário de uma Impala do modelo Match-Master 322, adquirida nova no ano de 1984. Essa arma conta hoje com aproximadamente 3500 tiros. A conservação sempre foi levada a sério, com limpeza parcial após a utilização em treinos e competições, e uma limpeza mais abrangente com desmontagem parcial a cada 6 meses. Utilizando-se munição sempre nova, das marcas Eley, CBC, Remington e Lapua, pode-se afirmar que a incidência de falhas por nega é raríssima. Falhas de alimentação e ou ejeção são também muito raras. A regulagem de sensibilidade do gatilho possui um limiar onde o disparo acidental pode ser possível. Em alguns casos de ajuste nesse nível, a arma recusa-se a engatilhar durante o manejo, ou seja, o percussor é liberado no ato de trancamento do ferrolho. Porém, o disparo acidental, nesses casos, é impossível pela própria construção do ferrolho. Isso é resolvido, simplesmente, por cerca de ¼ de rotação do parafuso de ajuste, no sentido anti-horário.

Detalhe do bonito e eficiente acabamento “anti-derrapante” do punho tipo pistola. O pequeno pino que se observa na parte posterior do gatilho é uma adaptação feita pelo autor, possibilitando a regulagem do curso de escape do gatilho após o disparo. (Foto e arma do autor)

O grupamento observado durante todos os anos de uso, praticamente não se alterou. O cano continua em estado de novo, não se notando desgaste de raiamento. Enfim, trata-se de um produto nacional com qualidade condizente com sua aplicação, com alguns pontos que poderiam ter sido melhorados no decorrer da produção. A linha Impala foi desativada pela CBC em 1993, com cerca de 4.000 armas produzidas. Sem dúvida, de lá para cá, nenhum outro fabricante brasileiro, nem a própria CBC, lançou uma carabina esporte tão bem construída que superasse a Impala. A lacuna pois, permanece, infelizmente deixando muitos praticantes deste tipo de tiro sem muita escolha e opções no mercado.