Quebra de recorde brasileiro na Copa Brasil de Para-Tiro Esportivo, em Curitiba
Concentração, agilidade e precisão, essas foram as características marcantes do primeiro dia de provas da Copa Brasil de Para-Tiro Esportivo, que ocorre em Curitiba, no Paraná. Com mais de 40 competidores, oriundos de cerca de 10 estados brasileiros, a competição é inédita no país. Neste domingo, 27 de fevereiro, ocorrerão as provas de Pistola Livre; Carabina Deitado; Pistola Sport e Carabina de Ar Deitado.
Há menos de cinco anos na modalidade, Ricardo Augusto da Costa conquistou o novo recorde brasileiro da pistola de ar SH1. O carioca atingiu 558 pontos, quatro a mais que a marca anterior (554), pertencente a Sérgio Vida, coordenador da modalidade, que não participa desta Copa por motivos de saúde. O antigo recorde já durava cerca de um ano e meio.
Sem o braço esquerdo, que foi amputado em 89, após sofrer um acidente de trabalho, Ricardo conta que pratica o tiro esportivo desde 2006. “Treino duro três vezes por semana e corro diariamente. Estou lutando para me tornar elegível para os Jogos de Londres. Se eu repetir essa marca numa competição fora do país, conseguirei a vaga”, disse o para-atleta, se referindo ao MQS (Minimum Qualifying Standard – Índices Qualificatórios Mínimos para os Jogos Paraolímpicos de Londres 2012).
Outro que roubou a cena na tarde deste sábado foi Geraldo Von Rosenthal, que bateu o recorde brasileiro da carabina de ar deitado SH2, com 584 pontos.
“O MQS para Londres é 590. Nos últimos dois meses melhorei meu antigo recorde, que era 573, e espero chegar ao índice para Londres. Estou suando e trabalhando duro para conseguir”.
Um dos principais nomes da modalidade no país, Garletti conquistou a segunda medalha da história do Tiro Esportivo brasileiro em competições internacionais. O expressivo resultado ocorreu na Copa do Mundo de Tiro Esportivo de Alicante, Espanha. O brasileiro levou o bronze e o MQS na prova de Carabina .22 (Deitado 50 m), quando deixou para trás 19 atletas e garantiu 586 pontos. Na Carabina de Ar (em Pé 10 m), Garletti também alcançou o MQS com 562 pontos, terminando na 11ª colocação.
Neste sábado, o curitibano confirmou o favoritismo e alcançou 552 pontos na carabina de ar em pé. A prova, que dura 1h45, consiste em 60 tiros, com pontuação máxima de 600 pontos. Na Carabina de ar deitado SH1, Garletti fez 586 pontos, o que lhe garantiu o primeiro lugar.
“Estou voltando de férias, e, agora sim, irei focar nas três provas internacionais que teremos. As pontuações não estão no nível que quero, mas estou trabalhando duro para conseguir”.
Com objetivo de difundir a modalidade no país, a competição reuniu atletas experientes e promessas para os próximos Jogos. Um projeto elaborado entre o coordenador do tiro, Sérgio Vida, e o Comitê Paraolímpico prevê a implantação de 20 escolas da modalidade em todo o Brasil até os Jogos Paraolímpicos do Rio. “Até 2016 queremos aumentar o número de atletas paraolímpicos de 50 para 400”, afirmou Sérgio.
Fruto da primeira escola do projeto, em Curitiba, Peterson Cruz foi um dos destaques deste sábado. Aos 28 anos, Peterson ficou paraplégico há três, treina há 10 meses, mas já é apontado como um grande potencial no esporte. O para-atirador, que compete pela classe SH2 (Carabina com suporte) atingiu o primeiro lugar da prova, com 574 pontos. Na carabina de ar deitado, Peterson ficou atrás de Geraldo e Ricardo Viana.
Resultados:
http://www.cpb.org.br/esportes/modalidades/copa-brasil-de-tiro-esportivo-2011
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